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Dia Internacional da Mulher: As mulheres que revolucionaram a tecnologia

  Barbara Ellen    quinta-feira, 08 de março de 2018

Dia da mulher, semana da mulher, mês… Obviamente todos os dias deveriam ser pertencentes a nós já que todas lutamos em busca de algo e por algo. A nossa luta é diária. E já que é pra falar de mulher, que tal falarmos das mulheres que foram indispensáveis para a criação de quase tudo que temos hoje em dia e que me inspiram até hoje a seguir na carreira. De programação a wi-fi?

MULHERES QUE REVOLUCIONARAM A TECNOLOGIA

Ada Lovelace

Dia Internacional da Mulher: As mulheres que revolucionaram a tecnologia

A primeira delas, e com certeza vocês ouviram falar, é a Condessa de Lovelace, Augusta Ada King. Na juventude, seus talentos matemáticos levaram-na a uma relação de trabalho e de amizade com o colega matemático britânico Charles Babbage e, em particular, o trabalho sobre a Máquina Analítica. Em 1843, a Condessa traduzia os textos de Luigi Menabrea, um matemático italiano, sobre as ferramentas analíticas usadas por Babbage. Esse trabalho resultou no primeiro algoritmo criado para ser processado por máquinas da história o qual ela chamava de “anotações”.




Sendo a única filha legítima de Anne Isabella Milbanke e do poeta Lord Byron, ela foi uma das precursoras das ciências da computação. Seu trabalho era ligado à metodologia de cálculo de uma das sequências de números racionais de Bernoulli.

O trabalho de Lovelace só foi provado como correto anos após seu falecimento quando finalmente chegaram os equipamentos necessários para tal. Como homenagem, a Sociedade Britânica de Computação entrega o prêmio Lovelace para avanços em sistemas de informação.

Mary Kenneth Keller

Considerada a primeira mulher a receber um doutorado em ciências da computação, Keller se formou na Universidade Washington, na cidade de St. Louis, nos Estados Unidos. O diploma veio em 1965 ao tempo que, desde 1958, ela já trabalhava em oficinas de informática.

Sua contribuição, entretanto, foi fundamental na criação da linguagem de programação BASIC, criada com fins didáticos e utilizada por décadas, até ser substituída pelo Pascal, mais arrojado, seguro e seguir de melhores práticas. Keller acreditava no potencial dos computadores para aumentar o acesso à informação e para promover a educação de qualidade. Tanto que sempre trabalhou na área do ensino, fundando um departamento de ciências da computação na Universidade Clarke, no estado americano do Iowa, o qual permaneceu dirigindo até seu falecimento, em janeiro de 1985.




Ela também foi uma das primeiras vozes pela inclusão das mulheres no ramo da informática. Hoje, batiza o Centro de Ciências da Computação da universidade onde atuou por 20 anos, além de ter uma bolsa de estudos na área que também leva o seu nome. Para ela, a computação trouxe uma explosão de informação e essa informação era inútil a menos que estivesse disponível. Ela acreditava que, com a computação seria possível simular, mecanicamente, o processo cognitivo e assim investir em áreas como inteligência artificial. Acreditava na importância do ensino com o auxílio da tecnologia e em como a computação poderia ajudar os seres humanos a aprender. Ela tem quatro livros em seu nome na área de computação e programação e até hoje seus livros são referência para quem quer entrar nesse mundo.

Grace Hopper

Se for para falarmos de mulheres inspiradoras não podemos esquecer da maravilhosa Grace Hopper. Ela foi a primeira mulher a se formar em Yale, nos Estados Unidos e primeira almirante da marinha dos Estados Unidos. Foi PhD em matemática e na área da tecnologia foi uma das criadoras da linguagem de programação COBOL, que era usada para bancos de dados comerciais.




Segundo algumas fontes, Hopper foi a precursora do termo “bug” em inglês ao resolver o problema de processamento de dados ao remover uma mariposa que estava criando ninho dentro de um computador, indicando que um “debugging”, é o melhor caminho para resolver falhas de funcionamento. Entretanto a última informação nunca foi confirmada. Além do COBOL, Hopper também criou linguagens de programação para o UNIVAC, o primeiro computador comercial fabricado nos Estados Unidos.

Uma de suas principais frases se tornou o principal mote para as mulheres que lutam por representatividade e igualdade na indústria da tecnologia: “é mais fácil pedir perdão do que permissão”.

Carol Shaw

Direto de Palo Alto, Califórnia. Seu interesse pelos videogames começou cedo, quando a jovem Carol costumava frequentar o minigolfe de sua região, onde havia uma sala com jogos de arcades. Lembrada como a primeira desenvolvedora a trabalhar na indústria dos jogos, no caso o famoso ATARI em 1978. Logo em seguida sendo contratada pela Activision, onde participou da criação do River Raid, um clássico dos games. Também trabalhou em títulos como 3D Tic Tac Toe, Super Breakout e Happy Trails.




Recebia o título de engenheira de software de microprocessadores, o que significava que também atuava nos sistemas do próprio console. Trabalhando em uma máquina de apenas 128 bytes de memória RAM, ela foi a responsável por criar o primeiro sistema de geração procedural de conteúdo, o que significava que, em River Raid, as fases nunca eram uma igual a outra. O modelo de rivais, itens e objetos aparecerem de forma randômica é uma prática utilizada até hoje. Se aposentou em 1990 e mora na Califórnia, onde realiza trabalho voluntário em organizações relacionadas à tecnologia.

Frances Allen

Foi apenas a primeira mulher a ganhar o prestigiado Turing Award. Trabalhou 45 anos na IBM, participando de muitos avanços na área da computação, inclusive na transposição de computadores “gigantes” para os domésticos. Allen também criou alguns dos primeiros sistemas de segurança da NSA, a agência de segurança “mais secreta” dos EUA.




É dela, por exemplo, algumas das principais bases de sistemas de otimização de código e paralelização, permitindo que softwares avançados rodassem de maneira melhor até mesmo nos computadores mais fracos. Seus trabalhos no setor de inteligência, claro, nunca foram conhecidos completamente por questões de sigilo, mas garantiram a ela uma influência fundamental no estado da segurança da informação como a conhecemos hoje.

Hedy Lamarr

Nome artístico de Hedwig Eva Maria Kiesler, nascida em Viena em 1914, foi atriz e inventora radicada nos Estados Unidos. Estreou em Hollywood com Algiers (1938), fez 18 filmes entre 1940 e 1949, apesar de ter tido dois filhos durante essa época (em 1945 e 1947). Deixou a MGM em 1945 e estrelou mais alguns filmes até 1950 onde sua carreira entrou em declínio.

Além de uma estrela de sucesso chegando a ser considerada “a mulher mais bela da europa” Lamarr foi a responsável por inventar um sistema que serviu de base para os telefones celulares. Durante a Segunda Guerra Mundial, criou um sofisticado aparelho de interferência em rádio para despistar radares nazistas. Patenteando o mesmo em 1940 usando seu verdadeiro nome.



A ideia surgiu ao lado do compositor George Antheil em frente a um piano. Eles brincavam de dueto e descobriram que duas pessoas podem conversar entre si mudando frequentemente o canal de comunicação. Basta que façam isso simultaneamente. Juntos, Antheil e Lamarr submeteram a ideia ao Departamento de Guerra norte-americano, que o recusou, em junho de 1941. Em agosto de 1942, foi patenteado por Antheil e “Hedy Kiesler Markey”. A versão inicial consistia na troca de 88 frequências e era feito para despistar radares, mas a ideia pareceu difícil de realizar na época. Lamarr inclusive foi casada com um alemão e se separou após descobrir seu envolvimento com o nazismo.

O projeto não foi concretizado até 1962, quando o aparelho passou a ser utilizado por tropas militares dos EUA em Cuba. Ficou desconhecida, ainda, até 1997, quando a Eletronic Frontier Foundation deu a Lamarr um prêmio por sua contribuição. Em 1998, a “Ottawa wireless technology” desenvolveu Wi-LAN, Inc. “adquirindo 49% da patente de Lamarr”. A ideia do aparelho de frequência de Lamarr e Antheil serviu de base para a moderna tecnologia de comunicação, tal como COFDM, usada em conexões de Wi-Fi e CDMA usada em telefones celulares.

Hoje é considerada a “mãe do telefone celular” e apesar de ter patenteado a ideia de uma frequência que fosse variável no percurso entre emissor e receptor, não ganhou dinheiro com isto. Em 1997 recebeu do  menção honrosa “por abrir novos caminhos nas fronteiras da eletrônica“. Faleceu no ano de 2000 em Altamonte Springs.

Em 2014 foi induzida no National Inventors Hall of Fame e é por causa dela que hoje temos wi-fi e smartphones.

 


Obviamente, existiram e existem centenas de mulheres que contribuíram de maneira importante para a tecnologia. Entre elas, nomes como Roberta Williams, Karen Sparck Jones, Jean Sammet, Betty Snyder, a mais nova Camila Achutti que tem um blog sobre as mulheres na computação e outras tantas que merecem reconhecimento aqui mas o post iria ficar muito maior, então deixo aqui a minha homenagem a essas mulheres incríveis que me inspiraram a entrar para o mundo da programação e que ainda inspiram milhares de mulheres que se interessam pelo mundo da tecnologia. Um grande YES, WE CAN para todos aqueles que tentam nos impedir de sonhar e de conquistar o que desejamos. Nós somos sim fortes e nós somos sim capazes. Nunca duvide disso.

De menina em menina, nós mudamos o mundo.

 

Barbara Ellen

Barbara Ellen

Digital sem influência. 24 anos. Brasiliense. Quase programadora. Apaixonada pelo mundo da tecnologia e da escrita. Viciada em chocolate e doces no geral. De menina em menina nós mudamos o mundo.

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