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O Garotas Nerds foi criado em 2009 com o objetivo de aumentar a representatividade feminina online, construindo novas narrativas a partir da experiência de mulheres dentro do universo nerd.
O tempo pode ser uma coisa cruel, e não à toa existe a expressão “passar pelo teste do tempo”. Esse teste, diga-se, é o mais complicado de todos, não importa o assunto em questão. Mas não estamos aqui para falar de filosofia, vamos combinar, e sim de diversão, especialmente na forma de jogos.
Jogos passam pelo teste do tempo? Certamente, e seja lá em qual sentido for. Seja algo universal, como um esporte olímpico jogado desde a Grécia Antiga, seja bem brasileiro, como os bingos e a tradição que se criou, em festas e eventos com muitas pessoas, de aprender como cantar bingo para divertir os presentes e dar prêmios, tudo isso passa pelo teste da sobrevivência ao longo dos anos.
Pode não ser um assunto muito comentado, mas o tempo é fator constante a ser considerado na análise de qualidade de determinada obra. Para ficar apenas nos videogames, é fácil pensar em franquias que precisam ser renovadas todo ano e outras que passam décadas sem receber atualizações grandes, mas seguem firmes.
Antes de cair de cabeça nessa comparação e tentar entender o fenômeno, vale a pena, para começar, entender o que pode ser considerado um “jogo” pra valer e como essa diferenciação atua na tão temida prova temporal.
A língua é uma coisa viva, e embora tecnicamente “game” seja a tradução direta de “jogo”, em geral o significado dessas palavras tomou rumos diferentes. Jogos são coisas mais amplas, envolvendo desde o videogame até as Olimpíadas – afinal, “Jogos Olímpicos” é o nome oficial – e tudo o que cabe no meio.
Nesse sentido, é justo falar não apenas de games que sobreviveram ao teste do tempo, mas jogos também, mesmo que não precisemos ir tão longe quanto, sendo esdrúxulos, arremesso de peso. As Olimpíadas definitivamente passaram pela prova temporal, tanto que estão aí até hoje .
Jogos que sobreviveram incluem o já citado bingo, que se subdividiu em um jogo de apostas famoso pelo mundo inteiro e até mesmo o loto caseiro que já foi diversão de famílias por décadas. Não é tão comum hoje em dia, é verdade, mas que existe, existe.
Agora, falar sobre os games, focando no eletrônico, seja via console, seja nos PCs, é tarefa mais delicada e que requer um certo aprofundamento – algo que pode ser bem divertido de se fazer.
É difícil cravar a criação dos games à prova de erro; desde que o conceito de “eletrônico” surgiu, há mais de 50 anos (dependendo da definição adotada), junto veio a ideia de usar essa nova ferramenta como diversão.
O que começou com consoles clássicos como o Atari e os primeiros computadores pessoais em poucos anos transcendeu não apenas os desafios técnicos, como também o espaço físico envolvido no conceito. Computadores foram se tornando cada vez mais práticos e mais potentes, e o mesmo aconteceu com os consoles.
De repente, o conceito de game sequer se viu mais preso à sala ou quarto de casa, que é o que se vê hoje; jogos nos celulares, videogames portáteis (esses em declínio, inclusive) e, em suma, a ideia de que não é preciso um fio mais sequer para garantir a diversão de algo que passa o dia no bolso.
As tendências em games hoje e no futuro estão aí para todo mundo ver, se relacionam diretamente à evolução da tecnologia – isto é, a inovação passou a ser não apenas aplicada na indústria de games, mas incentivada e consumida diretamente por ela.
Bons exemplos disso são campos avançadíssimos de desenvolvimento como conexão 5G, realidade virtual e até mesmo indústrias fora do eletrônico, como marketing e até mesmo acessórios e itens de conforto – alô, cadeiras gamers.
A palavra-chave para quem quer sobreviver e, mais importante, se manter relevante, é adaptação. Quem bate na mesma tecla corre o sério risco de desaparecer – mesmo que possa renascer, vide a Sega – ou simplesmente perder anos e anos de pioneirismo e se tornar coadjuvante durante um tempo precioso – oi, Nintendo.
Mas não apenas as grandes produtoras e fabricantes de consoles e PCs precisam se preocupar com isso. Produtoras menores ou especializadas em nichos também precisam se atentar aos questionamentos dos fãs, sob pena de se verem até ridicularizadas.
Um bom exemplo disso é a Bethesda, que deixou a famosa série Elder Scrolls sem novidades em termos de jogo completo desde o lançamento do volume cinco da série, “Skyrim”, no longínquo 2011. Esse game, porém, também serve para observar algo interessante: algo bem feito pode render por anos e anos, tanto que muita gente ainda joga.
O oposto, por sua vez, está no hábito da EA e da Konami de lançar jogos de futebol (e outros esportes) a cada temporada, forçando o fã a desembolsar uma pequena fortuna anualmente. É o modelo mais efetivo e vai poder se sustentar? Bom, só o tempo – sempre ele – poderá dizer.