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O Garotas Nerds foi criado em 2009 com o objetivo de aumentar a representatividade feminina online, construindo novas narrativas a partir da experiência de mulheres dentro do universo nerd.
Muitas vezes quem lê a obra de Douglas Adams, se depara com uma saga carregada de aventuras, ficção científica e uma pitada de humor e sarcasmo. Porém, se avaliar por outro ângulo, olhando por baixo disso tudo e analisando a obra como um todo (as aventuras de Arthur Dent e seus companheiros), pode-se notar que o mesmo traz uma crítica filosófica bastante forte e atual em relação a humanidade e o que estamos fazendo das nossas vidas.
Vamos analisar alguns pontos que mostram isso:
Um belo dia normal na vida de Arthur Dent, ele se depara com uma simples decisão: sobreviver ou não a destruição da Terra. Dent não possuí a melhor vida, sempre reclamando da mesma, mas quando deparado com a possibilidade da não existência, ele se arrisca numa aventura intergalática.
“O existencialismo tem como ideia a liberdade do homem bem como sua eterna aflição diante a falta de algo que o guiaria para sua caminhada como ser humano, deixando-o a mercê de suas próprias atitudes e decisões.” Com base nessa premissa, vemos Dent que, podendo começar uma nova vida o mesmo prefere se prender a coisas triviais (como sua obsessão por uma xícara de chá) pois isso o remete a algo do seu passado onde tudo era “normal , podendo assim manter o mínimo de sanidade que resta, porém esse conformismo o impede de compreender e solucionar problemas mais complexos durante sua jornada, diminuindo a sua capacidade de crescimento como pessoa.
A zona de conforto permite que ele – assim como nós – na maioria das vezes, optamos pelo ” caminho mais fácil” sempre tendo o hábito de reclamar do outro caminho e de quem o segue sem nem ao menos tentar entender o seu funcionamento ou dar soluções práticas pra que ele fique mais ameno.
Outra ideia interessante é o número 42 como resposta para a questão da vida, do universo e tudo mais dada pelo Pensador Profundo. Ela vem como uma crítica referente a liquidez humana, onde se quer respostas para tudo (rápidas de preferência), porém devido a falta de conhecimento e instrução, não se sabe formular bem seus questionamentos e, quando se é dado a resposta, não se sabe o que fazer com ela.
Marvin é outro personagem que se assemelha bastante com alguns de nós: entediado e deprimido não se conforma em ter uma inteligência enorme e seu potencial desperdiçado em tarefas que exige menos que 1% do seu Q.I. Nós em situações na maioria externas entramos no “modo Marvin”, pois sabendo da nossa capacidade temos que nos diminuir para realizar trabalhos que muitas vezes não gostamos e que exigem o mínimo de nossa capacidade mental.
Construído contra seus próprios desejos, Marvin sempre expressa : “Eu nunca pedi para ser feito: ninguém me consultou ou considerou meus sentimentos sobre isso.” Isso nos remonta, principalmente nos nossos momentos de angustia, o questionamento sobre o real motivo da nossa existência: como, e porque existimos e qual o real propósito de tudo isso. Mas como já disse o Pensador Profundo no livro: “Quando vocês souberem qual é exatamente a pergunta, vocês saberão o que significa a resposta.”
Outra crítica a nossa humanidade é trazida através da teoria de Ford que diz: “Se os seres humanos não ficarem constantemente exercitando seus lábios – pensou ele -, seus cérebros começam a funcionar.” Vemos muito disso hoje em dia diante da liquidez das notícias cada vez mais rasas e a necessidade extrema da exposição e o não aprofundamento dos assuntos, deixando assim de se questionar sobre o real significado daquilo que se está propagando.
Temos por fim a utilidade da toalha como objeto imprescindível na vida de um mochileiro, onde ela pode ser utilizada em todas as situações que se possa imaginar. Pode parecer engraçado e exagerado esse fascínio pela toalha, mas isso mostra que não precisamos de tanto para sermos felizes ou simplesmente permanecer em nossa jornada, por isso DON’T PANIC!