Literatura

Dia da Toalha: A filosofia por trás do Guia do Mochileiro das Galáxias

  Amanda Andrade    sexta-feira, 25 de maio de 2018

Tudo o que você vê, ouve ou vivencia de qualquer jeito que seja é específico para você. Você cria um universo ao percebê-lo, então tudo no universo que percebe é específico para você.”

Dia da Toalha: A filosofia por trás do Guia do Mochileiro das Galáxias

Muitas vezes quem lê a obra de Douglas Adams, se depara com uma saga carregada de aventuras, ficção científica e uma pitada de humor e sarcasmo. Porém, se avaliar por outro ângulo, olhando por baixo disso tudo e analisando a obra como um todo (as aventuras de Arthur Dent e seus companheiros), pode-se notar que o mesmo traz uma crítica filosófica bastante forte e atual em relação a humanidade e o que estamos fazendo das nossas vidas.

Vamos analisar alguns pontos que mostram isso:

Um belo dia normal na vida de  Arthur Dent, ele se depara com uma simples decisão: sobreviver ou não a destruição da Terra. Dent não possuí a melhor vida, sempre reclamando da mesma, mas quando deparado com a possibilidade da não existência, ele se arrisca numa aventura intergalática.

“O existencialismo tem como ideia a liberdade do homem bem como sua eterna aflição diante a falta de algo que o guiaria para sua caminhada como ser humano, deixando-o a mercê de suas próprias atitudes e decisões.” Com base nessa premissa, vemos Dent que, podendo começar uma nova vida o mesmo prefere se prender a coisas triviais (como sua obsessão por uma xícara de chá) pois isso o remete a algo do seu passado onde tudo era “normal , podendo assim manter o mínimo de sanidade que resta, porém esse conformismo o impede de compreender e solucionar problemas mais complexos durante sua jornada, diminuindo a sua capacidade de crescimento como pessoa.

Dia da Toalha: A filosofia por trás do Guia do Mochileiro das Galáxias

A zona de conforto permite que ele – assim como nós – na maioria das vezes, optamos pelo ” caminho mais fácil” sempre tendo o hábito de reclamar do outro caminho e de quem o segue sem nem ao menos tentar entender o seu funcionamento ou dar soluções práticas pra que ele fique mais ameno.

Outra ideia interessante é o número 42 como resposta para a questão da vida, do universo e tudo mais dada pelo Pensador Profundo. Ela vem como uma crítica referente a liquidez humana, onde se quer respostas para tudo (rápidas de preferência), porém devido a falta de conhecimento e instrução, não se sabe formular bem seus questionamentos e, quando se é dado a resposta, não se sabe o que fazer com ela.

Dia da Toalha: A filosofia por trás do Guia do Mochileiro das Galáxias

Marvin é outro personagem que se assemelha bastante com alguns de nós: entediado e deprimido não se conforma em ter uma inteligência enorme e seu potencial desperdiçado em tarefas que exige menos que 1% do seu Q.I. Nós em situações na maioria externas entramos no “modo Marvin”, pois sabendo da nossa capacidade temos que nos diminuir  para realizar trabalhos que muitas vezes não gostamos e que exigem o mínimo de nossa capacidade mental.

Construído contra seus próprios desejos, Marvin sempre expressa : “Eu nunca pedi para ser feito: ninguém me consultou ou considerou meus sentimentos sobre isso.” Isso nos remonta, principalmente nos nossos momentos de angustia, o questionamento sobre o real motivo da nossa existência: como, e porque existimos e qual o real propósito de tudo isso. Mas como já disse o Pensador Profundo no livro: “Quando vocês souberem qual é exatamente a pergunta, vocês saberão o que significa a resposta.”

Outra crítica a nossa humanidade é trazida através da teoria de Ford que diz: “Se os seres humanos não ficarem   constantemente exercitando seus lábios – pensou ele -, seus cérebros começam a funcionar.” Vemos muito disso hoje em dia diante da liquidez das notícias  cada vez mais rasas e a necessidade extrema da exposição e o não aprofundamento dos assuntos, deixando assim de se questionar sobre o real significado daquilo que se está propagando.

Temos por fim a utilidade da toalha como objeto imprescindível na vida de um mochileiro, onde ela pode ser utilizada em todas as situações que se possa imaginar. Pode parecer engraçado e exagerado esse fascínio pela toalha, mas isso mostra que não precisamos de tanto para sermos felizes ou simplesmente permanecer em nossa jornada, por isso DON’T PANIC!

Esses foram alguns dos pontos que me fascinam dentro da obra de Douglas Adams e quais são os seus?

Amanda Andrade

Amanda Andrade

Booklover, fanatica em séries e animes, nerd, viciada em contéudo que de alguma forma me faça crescer como uma pessoa melhor.

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