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“O crime que parou a nação” é o um termo muito utilizado nos Estados Unidos para se referir a um caso que chama a atenção do país. O surpreendente? Essas discussões precedem mídias audiovisuais.
É praticamente impossível passear por qualquer plataforma de streaming sem esbarrar em ao menos meia dúzia de produções sobre crimes reais. Entre séries ficcionais, filmes do gênero documentário e outros materiais, o que não falta é mídias sobre o assunto, um gênero que
chamamos de “true crime”.
E produções audiovisuais sobre crimes reais não são algo recente, como explorado em um artigo da ExpressVPN que discute o papel das tecnologias no acesso e interesse das pessoas com o true crime. Antes da internet ou mesmo da televisão, já existiam o rádio e os jornais que circulavam pelas cidades.
Partindo dos levantamentos da ExpressVPN sobre o assunto e o impacto do true crime nos dias de hoje, nós vamos discutir sobre 6 dentre as principais séries e documentários do gênero. A partir da exploração delas, você terá uma perspectiva mais ampla sobre as razões para o sucesso do true crime.
Começando com um exemplo brasileiro, o assassinato dos pais de Suzane von Richthofen a mando da filha é provavelmente o crime mais conhecido do país nas últimas décadas. Naturalmente, isso levou não a uma, mas três adaptações como filmes, lançados entre 2021 e 2023, com mais de uma versão.
O longa-metragem mais recente dos três, “A Menina que Matou os Pais: A Confissão” traz informações dos bastidores da investigação do caso, focando-se mais nos aspectos policiais e menos nas versões dos criminosos condenados. O título está disponível na plataforma Prime, assim como os anteriores.
Um dos exemplos citados pela ExpressVPN em seu artigo sobre o tema é “American Crime Story”, uma série no formato antológico onde cada temporada conta a história de um true crime distinto. A primeira se debruça no assassinato de Nicole Brown e no julgamento do marido, o atleta O.J. Simpson.
A segunda temporada explora o assassinato do estilista Gianni Versace e a vida do responsável por cometer o crime. A terceira (e, até o momento, última) segue um caminho distinto e não lida com um assassinato, mas com um crime político envolvendo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
Outro exemplo do artigo da ExpressVPN, “Os Crimes da Nossa Mãe” explora o caso da americana Lori Vallow, cujos filhos desapareceram algum período após ela se juntar a um culto. Os corpos das vítimas foram posteriormente encontrados; e Lori e o namorado, Chad Daybell, foram condenados pelo crime.
A minissérie é composta por três episódios, disponíveis na Netflix, e é curiosa por abordar um caso que envolve alguns dos principais elementos que chamam a atenção do público que se interessa por true crime: um crime hediondo, a presença de teorias de conspiração e relações familiares complexas.
Saindo dos assassinatos e abordando outro tipo de crime, o longa-metragem “An Open Secret”, lançado em 2014, trata da prominência de casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Hollywood e como esse problema sistêmico já é conhecido por membros da indústria, mas ignorado.
De certa forma, o filme surge como um precursor de “Quiet on Set: O Lado Sombrio da TV Infantil”, um documentário de 2024 que explora temas similares. Por se tratarem de mídias que apontam a própria indústria audiovisual como cúmplice de crimes contra menores, há discussões muito valiosas.
Nem sempre séries e documentários sobre true crime abordam o crime em si, mas às vezes os indivíduos relacionados ao assunto. Essa é a proposta de “The Woman Who Wasn’t There”, a história de uma mulher que, por muitos anos, alegou ser uma sobrevivente dos ataques de 11 de setembro.
O evento conhecido como “9/11” é provavelmente o objeto da maior quantidade de documentários de true crime nos Estados Unidos, mas The Woman Who Wasn’t There oferece uma perspectiva muito distinta, trabalhando a relação das pessoas “comuns” com um evento trágico de proporções globais.
Fechando a lista temos outra indicação da ExpressVPN em seu artigo sobre o tema, dessa vez a minissérie “The Act”, lançada em 2019 e protagonizada pelas atrizes Patricia Arquette e Joey King. A história explora a relação abusiva entre uma mãe e uma filha e os eventos que levaram a uma morte.
Assim como outras mídias de true crime, “The Act” foi muito elogiada por seus valores de produção, em especial as atuações de Arquette e King. Por outro lado, o interesse no assunto levou à “fama” dos envolvidos, com postagens nas redes sociais que fogem ao que é saudável nas relações pela internet.
A ética das produções audiovisuais de true crime pode e deve ser discutida, como explorado no artigo da ExpressVPN que referenciamos ao longo do texto. Quando há pensamento crítico por parte do público, o consumo dessas mídias é mais consciente e engajado e contribui para melhorias positivas.