Arte e Design

Panmela Castro conquistou o mundo com seu grafite feminista

  Carolina Türck    sábado, 18 de agosto de 2018

Anarkia Boladona, codinome da artista carioca Panmela Castro, ganhou fama mundial com os grafites que espalha pelo Rio de Janeiro desde 2006. Seus desenhos dão voz a temas como violência doméstica, sexualidade feminina e igualdade de gênero.

Panmela, 36 anos, é mestre em Processos Artísticos Contemporâneos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e formado em pintura pela Escola de Belas Artes da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua história com a arte começou depois de enfrentar uma tragédia pessoal. Em 2004, sofreu vários episódios de violência doméstica pelo ex-marido, que terminaram na justiça sem resultado nenhum. Após um período de depressão, um grupo de amigas a levaram para a arte de rua. “Passei a usar o grafite para chamar a atenção das pessoas para os direitos das mulheres. Essa foi a forma que encontrei para voltar a me relacionar com a sociedade”, afirma.

Seus desenhos inspiraram o projeto “Grafite Contra a Violência Doméstica”, que conscientizava comunidades carentes. A ação ganhou força e, do Rio de Janeiro, alcançou outras cidades. Sua atuação à frente da Rede Nami — ONG que usa a arte urbana para promover os direitos das mulheres — foi premiada com o Vital Voices Global Leadership Awards, em  Washington, em 2010. Este prêmio rendeu a Panmela convites para desenhar nas ruas de Nova York, Berlim, Paris, Praga, entre outras.

Panmela Castro conquistou o mundo com seu grafite feminista

Em 2012, a artista visual entrou para a lista “150 Women Who Shake the World” (as 150 mulheres que agitam o mundo), da revista norte-americana Newsweek. No mesmo ano ganhou o DVF Awards, prêmio criado pela estilista belga Diane Von Furstenberg, que homenageia mulheres que lutam para diminuir a violência e a injustiça de gênero no mundo.

Além dos murais de renome mundial, seu portfólio hoje conta com fotos, vídeos e performances. Sua obras exteriores estiveram em mais de dez países, com alguns trabalhos expostos em galerias do Brasil e outros compondo o acervo de arte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), em Washington D.C., e da Câmara dos Deputados em Brasília.

Panmela Castro está à frente de questões ligadas ao feminismo e aos direitos humanos, além de atuar como empreendedora cultural. Em 2015, levou uma indicação para o prêmio “Empreendedor de Negócios do Ano” pelo jornal Folha de São Paulo. Seu nome hoje é bastante cotado para projetos independentes e trabalhos publicitários em empresas como Avon, Nike, Hublot e Rede Globo. No mês de julho começou uma temporada em Miami, Washington e Nova York. “O grafite foi o meu caminho para a superação. Vejo outros tipos de arte no meu futuro, como performances e instalações.”

Carolina Türck

Carolina Türck

Brasileira, 33 anos, publicitária. Atualmente mora em Portugal e se dedica ao site Garotas Nerds, ao e-commerce do site e projetos pessoais. Cachorros, coca zero com muito gelo e chocolate com menta.

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